Meia hora para ficar enérgica e alegre. Tão pouco tempo, tanto para fazer, tantas coisas para perceber. O que é que me aconteceu? Porque é que aconteceu? Eu estava apenas aqui sentada, sem fazer nada, sem pensar em nada, só a ouvir Jim e os sons do outro lado do desfiladeiro, as crianças a brincarem, os cães a ladrarem, a serra a trabalhar, o bebé a chroar. Sentia-me bastante feliz, de uma maneira quase sonolenta. E então, de repente, alguma coisa me acordou, e começou isto, o terror, o pânico. O que é que o terá desencadeado, qual destes sons?
.......... Talvez fosse o cão. Uma das novas famílias do outro lado do desfiladeiro tinha um airedale que uivava para os aviões que passavam. Um cão a uivar, quando ela era pequena, significava morte. Agora já tinha quase trinta anos e sabia que alguns cães, sobretudo de certas raças, uivavam, enquanto outros não, e isso nada tinha a ver com a morte.
Morte. Assim que a palavra lhe ocorreu, ela sabia que era a verdadeira; as outras às voltas no carrossel tinham-na apenas substituído.
Um Estranho no Meu Túmulo (Averno 036)